
Cinco grandes passos para uma Europa mais inteligente e mais ecológica: Repensar os regimes energéticos nacionais
Resumo
O projeto DEESME tem como objetivo melhorar a eficiência energética nas PME europeias através da racionalização dos sistemas nacionais e da criação de recomendações centradas no utilizador que simplifiquem e incentivem o investimento em eficiência energética. Estas recomendações abordam as barreiras enfrentadas pelas PMEs, tais como a falta de informação, regulamentos complexos e recursos limitados. Cinco recomendações principais emergem do projeto:
1. Desenvolver Centros de Informação Únicos a nível nacional ou regional, oferecendo informação clara e acessível sobre obrigações relacionadas com a energia, incentivos e oportunidades de financiamento, com ênfase na facilidade de utilização e no envolvimento visual.
2. Institucionalizar a consideração dos Benefícios Múltiplos nas auditorias energéticas, destacando as amplas vantagens da eficiência energética para além das poupanças de energia, e incentivando os projectos que se comprometam com esses benefícios.
3. Simplificar a política com diretrizes estruturadas e de fácil leitura que clarifiquem as obrigações e demonstrem a integração das auditorias energéticas com objectivos de sustentabilidade mais amplos.
4. Incentivar o rastreio da pegada de carbono e incentivar as empresas a competir em termos de resultados de redução das emissões de carbono, criando parâmetros de referência que estimulem a melhoria em todo o sector.
5. Promover a aferição de desempenhos e comparações sectoriais, permitindo que as empresas avaliem o seu desempenho em relação aos seus pares da indústria, motivando assim as iniciativas de eficiência energética através do estabelecimento de parâmetros de referência transparentes.
As partes interessadas enfatizaram a necessidade de incentivos financeiros, simplicidade, relações de confiança, comunicação efectiva e apoio a longo prazo. Para os futuros profissionais, o DEESME destaca a importância das competências interdisciplinares necessárias no sector da energia, centrando-se na conceção de políticas, no marketing digital e na gestão da mudança. O projeto também defende o envolvimento dos indivíduos na política energética através de ferramentas educativas como o jogo de perguntas móvel EnerWhizz.
Artigo aberto completo
Cinco grandes passos para uma Europa mais inteligente e mais ecológica: Repensar os regimes energéticos nacionais
Imagine uma pequena empresa na Alemanha: a diretora-geral faz malabarismos com a papelada regulamentar, o aumento das contas de energia e a luta diária para manter o pessoal motivado. Ela já ouviu falar de eficiência energética, mas quando tenta encontrar informações ou financiamento, é um labirinto - sítios Web regionais, legislação densa e conselhos contraditórios de diferentes autoridades. Multiplique esta confusão por milhares de PME europeias e perceberá porque é que a eficiência energética - o "primeiro combustível" da Europa - permanece frequentemente inexplorada.
Mas as coisas estão a mudar. Graças ao projeto DEESME, as autoridades nacionais e os principais intervenientes da indústria em toda a Europa estão a unir forças para transformar a eficiência energética de um exercício de preenchimento de formulários num motor de crescimento para empresas de todas as dimensões. A sua solução? Recomendações práticas e centradas no utilizador para esquemas nacionais que tornam a eficiência energética simples, acessível e benéfica para todos.
A necessidade de sistemas nacionais mais inteligentes
A Diretiva Europeia sobre Eficiência Energética (EED) estabelece objectivos ambiciosos para poupar energia, reduzir as emissões e aumentar a competitividade. Mas enquanto as grandes empresas são obrigadas a efetuar auditorias energéticas regulares, as PME não dispõem frequentemente de tempo, pessoal ou capital para participar plenamente. Os sistemas nacionais diferem de país para país, o que aumenta a complexidade e a incerteza. O desafio: Como podem os sistemas nacionais apoiar verdadeiramente as empresas a investir na eficiência - não apenas para cumprir, mas para prosperar?
A abordagem DEESME - um processo colaborativo e ascendente que envolveu workshops, inquéritos e projectos-piloto reais em Itália, Alemanha, Bulgária e Polónia. O resultado é um conjunto de cinco recomendações que poderiam reformular as políticas nacionais em toda a Europa.
1. Criar centros de informação de balcão único
Muitas vezes, as PME não sabem por onde começar. O primeiro passo é criar plataformas centrais de informação a nível nacional ou regional. Estes centros devem:
- Oferecer informação clara e concisa sobre obrigações, incentivos e financiamento para auditorias energéticas e sistemas de gestão.
- Utilizar recursos visuais, vídeos e linguagem simples para tornar os conteúdos técnicos acessíveis.
- Permitir feedback e testes aos utilizadores para garantir uma verdadeira usabilidade.
- Envolva associações comerciais e organizações sectoriais para chegar a mais empresas.
Um hub bem concebido poupa tempo, reduz a confusão e incentiva a participação. Imagine iniciar sessão e ver instantaneamente todas as subvenções, requisitos legais ou oportunidades de formação relevantes para a sua empresa - sem ter de andar à caça de gambozinos pelos sítios Web da administração pública.
2. Destaque e recompense os múltiplos benefícios
As auditorias energéticas não se destinam apenas a poupar eletricidade. Quando as empresas também acompanham os benefícios não energéticos - como aredução da manutenção, a melhoria da qualidade do ar interior ou a melhoria da segurança dos trabalhadores - os projectos energéticos fazem subitamente muito mais sentido.
Os esquemas nacionais deveriam:
- Obrigar a que as auditorias incluam análises de benefícios múltiplos (MBs) e integrá-las nas decisões de financiamento.
- Utilizar materiais de formação e estudos de casos de boas práticas para mostrar às empresas como a eficiência energética pode aumentar a produtividade, a reputação e a satisfação do pessoal.
- Dar pontos extra ou maiores hipóteses de financiamento a projectos que demonstrem um compromisso com os múltiplos benefícios.
Isto não é apenas teoria: A DEESME descobriu que quando as empresas vêem o quadro completo, é muito mais provável que invistam em actualizações - e colham recompensas inesperadas.
3. Simplifique a política com diretrizes claras
As regulamentações europeias e nacionais podem parecer um labirinto, especialmente para os não especialistas. As autoridades nacionais devem desenvolver diretrizes estruturadas e de fácil leitura que expliquem:
- As ligações entre as obrigações energéticas e os objectivos de sustentabilidade mais amplos (por exemplo, a taxonomia da UE, a diretiva relativa aos relatórios de sustentabilidade das empresas).
- O que as empresas precisam efetivamente de fazer - e o que não precisam.
- Como se articulam as auditorias energéticas, as pegadas de carbono e os relatórios de sustentabilidade.
Pense em "manuais de políticas" escritos em linguagem simples, com fluxogramas e exemplos práticos. Quando as empresas sabem o que é esperado e vêem um caminho claro, é mais provável que tomem medidas.
4. Incentivar o controlo da pegada de carbono e a concorrência
Associar o cálculo da pegada de carbono às auditorias energéticas traz um duplo benefício: as empresas têm uma melhor noção do seu impacto ambiental e surge uma concorrência saudável entre as empresas que pretendem reduzir as emissões.
A DEESME recomenda que:
- Os governos encorajem ou incentivem a avaliação da pegada de carbono como parte das auditorias energéticas.
- As autoridades nacionais considerem a possibilidade de associar incentivos e subsídios aos resultados das empresas em termos de redução de carbono.
- Se utilizem referências sectoriais e concursos de desempenho em termos de carbono para motivar tanto as grandes como as pequenas empresas.
A visão: As empresas não só cumprem as regras energéticas, como também correm para se tornarem líderes na redução do carbono - uma vitória para as empresas e para o planeta.
5. Utilizar o Benchmarking e as comparações sectoriais
Muitas empresas assumem que estão a "sair-se bem" até verem como se comparam com os seus pares do sector. O benchmarking - comparandoo seu desempenho com as médias do sector - pode ser um poderoso motivador.
O DEESME sugere:
- As autoridades nacionais trabalham com a indústria, centros de investigação e consultores para desenvolverem indicadores de referência relevantes para a utilização de energia, emissões de carbono e benefícios múltiplos.
- Os inquéritos e a recolha de dados tornam-se rotineiros, alimentando os indicadores de referência actualizados e transparentes.
- Partilhar amplamente os valores de referência, para que as empresas possam ver onde se destacam e onde precisam de melhorar.
Com o benchmarking, a eficiência energética torna-se menos abstrata - as empresas vêem objectivos concretos e progressos no mundo real.
Vozes do terreno: O que dizem as empresas e os especialistas
Em workshops e inquéritos, empresários e actores-chave em toda a Europa concordaram:
- Os benefícios financeiros e a simplicidade são os aspectos mais importantes -torná-los fáceis, torná-los compensadores.
- A confiança e as relações são fundamentais -as listasoficiaisde auditores certificados e os conselhos de confiança das associações ajudam a ultrapassar o ceticismo.
- A comunicação é fundamental -estudosde caso, guias práticos e marketing digital (como pequenos vídeos explicativos no YouTube) fazem passar a mensagem.
- É necessário apoio a longo prazo - as PMEquerem sistemas simples e fiáveis que não criem mais trabalho administrativo.
Um participante na Alemanha resumiu-o: "Precisamos de um centro de informação único, mas ninguém quer gerir tanta informação! As câmaras de comércio locais são um bom ponto de entrada, mas uma orientação clara vinda do topo ajudaria toda a gente."
O futuro: O seu papel na transição energética
Para os estudantes e jovens profissionais, estas mudanças abrem um mundo de oportunidades. Vão precisar de competências que vão para além da engenharia - pensem em marketing digital, comunicação, conceção de políticas e gestão da mudança. A transição energética precisa de pessoas que consigam ligar os pontos entre a tecnologia, a política e as pessoas.
Imagine-se a ajudar a conceber a próxima geração de sistemas energéticos nacionais - onde cada PME pode aceder facilmente a apoio, acompanhar o seu progresso e celebrar o seu sucesso.
Pronto para se envolver? Teste os seus conhecimentos!
Se quiser aperfeiçoar as suas competências em energia, política ou sustentabilidade, experimente o questionário móvel Enerwhizz! É um jogo multilingue e de ritmo acelerado com rondas de 45 segundos, ligas competitivas, missões e prémios - concebido para o ajudar a si e aos seus colegas a tornarem-se os próximos líderes na transição energética da Europa.
Conclusões
- Os esquemas nacionais devem ser simples, acessíveis e holísticos - oferecendo informação clara, recompensas reais e um enfoque em benefícios múltiplos.
- O benchmarking, o controlo do carbono e uma comunicação forte transformam a eficiência energética de uma obrigação numa oportunidade de negócio.
- Os líderes energéticos de amanhã serão aqueles que fazem com que a política funcione para as pessoas - ligando o conhecimento técnico à ação prática.
Fontes e mais...
Mais informações sobre os programas nacionais EED: https://ieecp.org/wp-content/uploads/2024/10/D4.5_Key-actors-recommendations-to-improve-national-schemes_CLEAN.pdf
Mais informações sobre o D2050, o projeto subjacente da UE, consulte "todos os projectos EEIP": https: //projects.ee-ip.org/#ongoing-projects
Mais informações sobre o jogo de perguntas e respostas móvel EnerWhizz, consultar: https: //www.enerwhizz.info/